ABRUPTO

14.9.12


COISAS DA SÁBADO: A GOTA DE ÁGUA


Antes das férias e nas últimas duas semanas escrevi sobre os sinais evidentes de “mudança do tempo político”, e por isso não me surpreende de todo quer a mensagem de Passos Coelho, nem a apressada correcção intimista no Facebook, nem as reacções quase unânimes de recusa e crítica. A medida é injusta, acelera um processo de transferência maciça de recursos dos mais pobres para os mais ricos, que é o principal “ajustamento” que se está a fazer. 

 Só que em vez de uma gota de água foi uma enxurrada. Três quartos do que disse Passos Coelho não se percebeu e isso não é de agora. Quem o ouvisse, vindo de Sírius, pensaria que estava a apresentar medidas de combate ao desemprego e a favor da reanimação da economia, e, só de passagem, garantir a aplicação da decisão do Tribunal Constitucional, como um governo diligente e respeitador tinha que fazer. 

Deve ter sido isso que os seus consultores de marketing lhe devem ter dito, porque não é por falta de especialistas de “comunicação”, que este governo peca. Depois tudo correu mal, e mesmo alguns ex-fiéis já começaram a abandonar o barco, começando nos blogues e acabando na imprensa económica. Vai acabar por ficar sozinho com Relvas e Carlos Abreu Amorim, e, mesmo assim não estou certo sobre o primeiro. E é bem-feita.

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© José Pacheco Pereira
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