ABRUPTO

7.11.05


LENDO / VENDO BLOGUES, JORNAIS, TELEVISÃO E OUTROS MEDIA
(7 de Novembro)



Notícias do MyLifeBits um dos mais interessantes projectos de investigação da Microsoft e que um dia chegará a uma "janela" junto de si. O MyLifeBits, sobre o qual já escrevi vários textos, é uma espécie de backup da vida toda. Gordon Bell, o seu principal animador, anda há já vários anos a registar a sua vida em bits. Como se vê pelo gráfico junto, uma vida inteira não ocupa muito espaço num disco duro:




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Num artigo de hoje do Libération , que se queixa de que o “Estado abandonou os bairros sociais (as “Cités”)”, percebem-se três coisas:

a enorme rede de subsídios e financiamentos estatais típicos do “modelo social europeu”. O artigo cita a crise das acções de alfabetização, financiamentos do Fasild (antigo Fundo de Acção Social), acções de prevenção com adolescentes, programa de empregos-jovem, acções com mulheres, associações subsidiadas (o exemplo é uma intitulada Sable d’Or Mediterranée) que fazem acções de inserção, acolhimento dos recém emigrados, acesso à cultura, teatro de adultos, iniciação ao cinema, vários projectos artísticos e culturais, etc., etc.;

a enorme quantidade de pessoas que trabalha nestes programas, associações, ONGs, que são elas próprias um grupo de pressão para o aumento dos subsídios e o alargamento dos apoios estatais, e que, não é por acaso, aparecem nesta crise como as principais vozes “justificando” a “revolta dos jovens”;

e, por último, o enorme contraste entre o modo europeu de “receber” e integrar os emigrantes envolvendo-os em subsídios e apoios, centrado no estado e no orçamento, hoje naturalmente em crise; e o modo americano que vive acima de tudo do dinamismo da sociedade que lhes dá oportunidades de emprego e ascensão social.

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A propósito da nota sobre o artigo do "Libération", e do peso do "modelo social europeu" que se sente, gostaria de acrescentar um facto de que pouco se fala: é que a França, tal como Portugal, também atravessa um momento de "fuga de cérebros": jovens com formação académica superior que, descontentes com o tipo de sociedade, emprego, impostos, vão à procura de melhores oportunidades de realização profissional e de criação de riqueza, nomeadamente em Inglaterra, EUA, Canadá, Suissa. Pelos vistos já não são só os jovens de 2ª geração de origem africana e magrebina que andam descontentes: têm é formas diversas de o manifestar.

(J.)

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© José Pacheco Pereira
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